Em tempos de militarização das escolas públicas e de obscurantismo crescente e generalizado, recebo o Currículo Paulista louvando os profissionais de educação do Estado de São Paulo envolvidos com a sua construção.
A Indicação CEE-SP n.179/2019 ,em junho de 2019, apresenta o assunto ” Currículo Paulista para o Sistema de Ensino do Estado de São Paulo – etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.”
O Currículo Paulista (para escolas públicas e privadas) construído de forma coletiva (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Ensino de São Paulo (UNDIME/SP e o Conselho de Educação do Estado de São Paulo), preconiza a adoção de práticas pedagógicas e de gestão que levem em consideração:
”
O compromisso com a formação e o desenvolvimento humano em toda sua complexidade,integrando as dimensões intelectual (cognitiva), física e afetiva;
Uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto, de
suas ações e pensamentos, bem como do professor, nos âmbitos pessoal e profissional;
O acolhimento das pessoas em suas singularidades e diversidades, o combate à
discriminação e ao preconceito em todas as suas expressões, bem como a afirmação do
respeito às diferenças sociais, pessoais, históricas, linguísticas, culturais;
A necessidade de construir uma escola como espaço de aprendizagem, de cultura e de
democracia, que responda ao desafio da formação dos estudantes para atuar em uma
sociedade altamente marcada pela tecnologia e pela mudança.”
“Outro pressuposto da Educação Integral é o de que todo o espaço escolar é espaço de aprendizagem, aberto à ampliação dos conhecimentos dos estudantes. Nesse sentido, o pátio, a biblioteca, a sala de leitura, os espaços destinados à horta, a quadra poliesportiva, a própria sala de aula, entre outros, são de fato espaços propícios à aprendizagem, em todas as dimensões da pessoa, sendo por isso, considerados verdadeiros polos de produção de conhecimentos, nos quais os estudantes poderão pesquisar diferentes assuntos e situações que colaborem para sua formação,por meio de metodologias colaborativas centradas no aluno.”
“É necessário frisar que os espaços de aprendizagens não se limitam àqueles situados no interior da escola: também os ambientes não formais de aprendizagem, tais como os diferentes tipos de museus; os locais/monumentos de memória de determinados grupos sociais ou mesmo de eventos históricos; as praças públicas; os parques estaduais e municipais; os institutos de artes e de cultura;as bibliotecas públicas; os teatros e cinemas; os institutos de pesquisas; entre tantos outros,constituem-se como relevantes no processo de formação integral dos estudantes paulistas.”
“Quando o desafio é aprimorar a qualidade das aprendizagens, é necessário que as
orientações do Currículo Paulista sejam observadas por todos os envolvidos no processo educacional, refletindo-se nas práticas de docentes, estudantes, equipe gestora e funcionários, bem como nas relações que se estabelecem no interior da escola e no seu entorno. Também devem se refletir nas estratégias para o acompanhamento das práticas e dos processos escolares, bem como dos resultados de desempenho dos estudantes.”