Projeto Tempo Certo – Educação de Jovens e Adultos é uma parceria com a Associação Nossa Turma, uma creche instalada dentro do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade de São Paulo e que durante as aulas de produção de texto os alunos produziram o livro:
Infância na Roça: história dos brinquedos do sertão.
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Vale destacar o trabalho das professoras Ana Cristina Campos e Paula Takada descrito na reportagem da Revista Emília que transcrevo uma parte:
Por que fazer um livro?
Conforme explica Delia Lerner, o trabalho com projetos didáticos permite articular propósitos didáticos – vinculados aos objetivos de aprendizagem, isto é, aos conteúdos que o professor pretende fazer com que o aluno aprenda – e propósitos sociais ou comunicativos – relacionados aos objetivos do aluno, de comunicar algo a alguém.
Como se articulam os propósitos didáticos e os propósitos comunicativos aos quais aponta o projeto proposto? Se, ao criar o projeto, se leva em conta ambos os tipos de propósitos – tanto os que se referem ao ensino e à aprendizagem como os inspirados na prática social da leitura (e da escrita) – essa articulação não apresenta maiores problemas: enquanto se desenvolvem as atividades necessárias para cumprir o propósito comunicativo imediato, vão-se cumprindo também aqueles que se referem à aprendizagem de conteúdos. (Delia Lerner. Ler e escrever na escola – o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 81.)
Dessa maneira, apresentamos aos alunos a proposta de produção de um livro com relatos sobre o lugar onde passaram a infância e os brinquedos com os quais se divertiam. Explicamos que teríamos como leitores principais as crianças da creche Nossa Turma da nossa família. Pequenos que hoje vivem em uma cidade gigantesca como São Paulo e que pouco conhecem sobre a vida e sobre as brincadeiras da zona rural de outros tempos. Já nesse primeiro momento, envolveram-se na discussão, com testemunhos sobre a infância urbana de filhos e netos, muito pautada pela programação da televisão, pelos videogames e todo tipo de brinquedo que se compra pronto nas lojas. Muito diferente dos brinquedos que eles próprios confeccionavam quando pequenos, com materiais muito simples e encontrados, na maioria das vezes, na farta natureza que os cercava. Estava constatado que ali tinha história. “Estavam grávidos, fecundos”, conforme Mia Couto. Aproveitamos, então, para incrementar ainda mais os propósitos comunicativos do nosso livro: além de contar com o quê e como brincavam, os alunos produziriam também textos instrucionais, ensinando os leitores a fazerem os brinquedos de “antigamente”. O livro seria lançado na nossa festa de encerramento do ano. Tínhamos, portanto, dois meses para produzi-lo.
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